quinta-feira, 2 de abril de 2009

redescoberta


Tenho me procurado, mais que nunca, por entre palavras, melodias e imagens.
Tenho me perdido em esperas que eu mesmo aceitei pra mim. E estou tentando me encontrar.
Tenho reavaliado minhas próprias linguagens e percebido que nada sou além de um pequeno fragmento do que eu queria ou poderia ser.
Tenho subvertido o tempo... Minha paciência, meu cuidado.
E o que sou eu afinal, senão meu próprio processo de definição?
Senão aquilo que estabeleço como ‘eu mesmo’ no instante agora?

Imagem: Cristian Mossi

quarta-feira, 1 de abril de 2009

(...)

Um pequeno príncipe que encheu de estrelas os meus olhos... E me deixou vivendo sempre entre 3 e 4 horas.

E me ensinou tudo o que pode estar contido por entre simples reticências.


Imagem: S2

emaranhado em negativo

Quando um estoque de caixas empilhadas, texturas de papéis e fitas coloridas ajudam a passar o tempo e divertem o olhar. Em negativo.

Imagem: Cristian Mossi

escritas antigas

Ontem encontrei um caderno de redação que escrevia quando tinha 9 anos de idade... Tão bom me encontrar criança entre meio a escritas e desenhos - duas coisas que não sei viver sem, nem depois de adulto.

Com vocês "O Medo", pelo Cristian Mossi de 16 anos atrás:

"Um passarinho me contou que a menina tem medo de cair da árvore e que a barata tem medo da vassoura.
Vocês sabiam que o giz tem medo do nosso pé e a bola tem medo do prego, vocês sabiam?!
Uma formiga me contou que a janela tem medo da pedra, Marisa tem medo do rato e vocês sabem do que Gisela tem medo?
Ela tem medo de assombração.
Uma borboleta me contou que minha mãe tem medo de assalto, que a porta tem medo de ladrão e o chiclete tem medo dos nossos dentes.
Uma minhoca me contou que o meu pai tem medo do acidente de automóvel e uma outra disse que o passarinho tem medo da gaiola, ela também disse que o aluno tem medo das provas e minha professora tem meo de aranha.
Um grilo me contou que o filho tem medo do chinelo, ele também me contou que o cigarro tem medo da lixeira e sabem do que tem medo da tesoura?
E todos disseram que o sapato tem medo do sapateiro, também disseram que o papel tem medo da caneta e que a nuvem tem medo do vento."

Imagem: Ilustração e texto originais.

em lápisde cor

Mamulengos e arabescos divertidos em lápis de cor, para o cartaz do 2° FETISM - Festival de Teatro Independente de Santa Maria, que ocorrerá de 16 a 21 de Junho de 2009.

Imagem: Cristian Mossi

detestáveis minutos

Busco em Clarice Lispector, no livro Um sopro de vida, palavras que expliquem pra mim mesmo esse tempo de silêncio aqui no blog...

"O tempo não existe. O que chamamos de tempo é o movimento de evolução das coisas, mas o tempo em si não existe. Ou existe imutável e nele nos transladamos. O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. Então — para que eu não seja engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa — eu cultivo um certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto. E cultivo também o vazio silêncio da eternidade da espécie."