Deitado na cama, quarto escuro, silêncio ensurdecedor.
Apenas uma nesga de luz do poste que insiste em ultrapassar as brechas da persiana.
Perfume suave, vazio no peito, algumas poucas lembranças melancólicas que insistem em lhe atravessar a mente.
Somente resquícios. Nada que lhe fizesse sofrer demais, sorrir demais, sentir demais, voar demais, querer demais.
Na verdade suas poucas tentativas de encontrar-se pleno já o haviam esgotado.
Sentia-se à deriva. Num não-território de (in)certezas que lhe faziam não saber bem sobre suas próprias escolhas, nem pagar pra ver aquilo que pensava há algum tempo poder enxergar.
O sono vem e ele pensa que não importa mais insistir em suturar qualquer pensamento reflexivo sobre si mesmo. Tenta lembrar da letra da canção.
Logo dorme.
Imagem: Fotografia do filme 'À Deriva', fonte:http://www.camilayahn.com.br
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