quinta-feira, 30 de outubro de 2008
leve
Que o breve
seja de um longo
pensar.
Que o longo
seja de um curto
sentir.
Que tudo seja leve
de tal forma
que o tempo nunca leve.
(autor desconhecido)
p.s. Essa mensagem está num cartão que ganhei de aniversário e a imagem que a acompanha é composta por fotografias que tirei no jardim da casa de minha avó num dos primeiros dias da primavera.
seja de um longo
pensar.
Que o longo
seja de um curto
sentir.
Que tudo seja leve
de tal forma
que o tempo nunca leve.
(autor desconhecido)
p.s. Essa mensagem está num cartão que ganhei de aniversário e a imagem que a acompanha é composta por fotografias que tirei no jardim da casa de minha avó num dos primeiros dias da primavera.
sábado, 25 de outubro de 2008
delicadeza
Do amanhecer ao pôr-do-sol, flores acompanhadas por lindas palavras iluminaram o dia do meu aniversário e me encheram de esperanças, vontades e sentimentos quase inomináveis...
De uma delicadeza que se desenha cada vez mais doce e clara, trazendo consigo marcas que nem o passar dos dias pode levar, me fizeram pensar (e querer acreditar) que elas por si se vão, seguindo o curso da natureza, mas deixam sementes que trilham caminhos para uma longa história que acabou de iniciar!
Imagem: Cristian Mossi
De uma delicadeza que se desenha cada vez mais doce e clara, trazendo consigo marcas que nem o passar dos dias pode levar, me fizeram pensar (e querer acreditar) que elas por si se vão, seguindo o curso da natureza, mas deixam sementes que trilham caminhos para uma longa história que acabou de iniciar!
Imagem: Cristian Mossi
desenredo de aniversário
Sempre pensei no aniversário como uma espécie de ano novo, data que as pessoas convencionam para acreditar que, por algum motivo, os ciclos se renovam. Tempo de passar a limpo as velhas angústias e de limpar aquelas ‘poeirinhas’ que geralmente ficam pelos cantos. Tempo de olhar-se para dentro e descobrir os caminhos serpenteantes que a vida construiu dentro da gente.
Hoje, completando o meu ‘um quarto de século’ (outra convenção humana), percebo que já fiz tanta coisa, já andei por tantas estradas e cruzei com tantos outros que levaram um pouco de mim e deixaram um pouco deles, que a impressão que tenho é a de ter vivido muito mais que somente 25 anos! Contudo, quando me pego recluso em mim mesmo (olhando para aqueles lugares que geralmente deixamos com o passar dos anos de olhar), o que encontro ainda é aquele menino franzino que mal sabia se defender dos meninos maiores da escola e sempre ia “conversar” com a diretora por conta de viver sempre no “mundo da lua”.
Frente às tantas barbáries que me deparo todos os dias no cotidiano, sou obrigado a pensar: “-Ainda bem que aquele menino não cresceu!”, e continua de algum modo lá dentro, sonhando e tentando realizar um mundo com cores e formas diferentes.
Nesse processo de invenção contínua de mim mesmo, o que percebo é que hoje consigo aceitar sem medo as mudanças, e vejo nelas momentos extremamente produtivos.
Já não tenho mais vontade de transformar o mundo, mas não perco nunca as esperanças em melhorar pelo menos parte dele. Tenho tentado ouvir mais as pessoas e aprender que nem todas pensam como eu, mas nem por isso o que elas pensam não pode ser válido. Aprendi a dar sem esperar nada em troca e a receber sem me sentir na obrigação de retribuir. Apaixono-me todos os dias por uma imagem ou por uma música e adoro flores, mas não consigo cuidar delas. Ainda aprendo essa arte! Amo meu trabalho e se não pudesse dar aulas seria um mochileiro-viajante. Tenho pensado em casar e adotar uma criança, embora por muito tempo tenha tido a convicta idéia de viver completamente só em uma montanha, longe da cidade. Aprendi a gostar de cachorros dentro de casa, aprendi a deixar a louça na pia quando não posso lavar, mas ainda não consigo acordar tarde sem sentir uma pontinha de culpa por não ser ‘produtivo’, ainda que adore acordar cedo e sentir o cheirinho da manhã. Aprendi que quando está muito quente num dia é porque provavelmente vai chover no outro, aprendi a me respeitar antes de esperar que qualquer outra pessoa me respeite, aprendi que nem todos os filmes vão dar conta da história que está nos livros e que cada dia pode ser particularmente especial - isso só depende de mim, sempre. Aprendi a desenhar o mundo como ele é, mas prefiro sempre inventar o meu próprio, aprendi a cozinhar e procuro fazer isso sempre que posso, aprendi a chorar quando tenho vontade, a dançar quando meu corpo pede e também aprendi a morrer de rir quando tudo parece não ter solução alguma. Descobri que é possível amar e ser amado à distância e nunca apreciei tanto o luar e o pôr-do-sol como ultimamente. Não vivo sem café e chocolate, não me imagino sem desenhar escritas e escrever desenhos e espero que no ano que vem, tenha aprendido muitas outras coisas a mais. E que tudo isso, tenha mais uma vez valido a pena.
p.s. A imagem (fote: http://www.flickr.com/) que acompanha essa postagem é a fotografia de um dos integrantes do grupo 'O teatro mágico' que vale muito a pena conferir e que tem um trabalho interessantíssimo unindo música, performance, poesia e uma viualidade de encher os olhos. Tive contato com esse grupo através de um vídeo que ganhei carinhosamente de presente de um amigo na tarde chuvosa do meu aniversário. Segue link para quem quiser conferir: <http://www.youtube.com/watch?v=MB9qzKnJVVo&feature=PlayList&p=7BA54F34BF1633EC&index=0&playnext=1>
Hoje, completando o meu ‘um quarto de século’ (outra convenção humana), percebo que já fiz tanta coisa, já andei por tantas estradas e cruzei com tantos outros que levaram um pouco de mim e deixaram um pouco deles, que a impressão que tenho é a de ter vivido muito mais que somente 25 anos! Contudo, quando me pego recluso em mim mesmo (olhando para aqueles lugares que geralmente deixamos com o passar dos anos de olhar), o que encontro ainda é aquele menino franzino que mal sabia se defender dos meninos maiores da escola e sempre ia “conversar” com a diretora por conta de viver sempre no “mundo da lua”.
Frente às tantas barbáries que me deparo todos os dias no cotidiano, sou obrigado a pensar: “-Ainda bem que aquele menino não cresceu!”, e continua de algum modo lá dentro, sonhando e tentando realizar um mundo com cores e formas diferentes.
Nesse processo de invenção contínua de mim mesmo, o que percebo é que hoje consigo aceitar sem medo as mudanças, e vejo nelas momentos extremamente produtivos.
Já não tenho mais vontade de transformar o mundo, mas não perco nunca as esperanças em melhorar pelo menos parte dele. Tenho tentado ouvir mais as pessoas e aprender que nem todas pensam como eu, mas nem por isso o que elas pensam não pode ser válido. Aprendi a dar sem esperar nada em troca e a receber sem me sentir na obrigação de retribuir. Apaixono-me todos os dias por uma imagem ou por uma música e adoro flores, mas não consigo cuidar delas. Ainda aprendo essa arte! Amo meu trabalho e se não pudesse dar aulas seria um mochileiro-viajante. Tenho pensado em casar e adotar uma criança, embora por muito tempo tenha tido a convicta idéia de viver completamente só em uma montanha, longe da cidade. Aprendi a gostar de cachorros dentro de casa, aprendi a deixar a louça na pia quando não posso lavar, mas ainda não consigo acordar tarde sem sentir uma pontinha de culpa por não ser ‘produtivo’, ainda que adore acordar cedo e sentir o cheirinho da manhã. Aprendi que quando está muito quente num dia é porque provavelmente vai chover no outro, aprendi a me respeitar antes de esperar que qualquer outra pessoa me respeite, aprendi que nem todos os filmes vão dar conta da história que está nos livros e que cada dia pode ser particularmente especial - isso só depende de mim, sempre. Aprendi a desenhar o mundo como ele é, mas prefiro sempre inventar o meu próprio, aprendi a cozinhar e procuro fazer isso sempre que posso, aprendi a chorar quando tenho vontade, a dançar quando meu corpo pede e também aprendi a morrer de rir quando tudo parece não ter solução alguma. Descobri que é possível amar e ser amado à distância e nunca apreciei tanto o luar e o pôr-do-sol como ultimamente. Não vivo sem café e chocolate, não me imagino sem desenhar escritas e escrever desenhos e espero que no ano que vem, tenha aprendido muitas outras coisas a mais. E que tudo isso, tenha mais uma vez valido a pena.
p.s. A imagem (fote: http://www.flickr.com/) que acompanha essa postagem é a fotografia de um dos integrantes do grupo 'O teatro mágico' que vale muito a pena conferir e que tem um trabalho interessantíssimo unindo música, performance, poesia e uma viualidade de encher os olhos. Tive contato com esse grupo através de um vídeo que ganhei carinhosamente de presente de um amigo na tarde chuvosa do meu aniversário. Segue link para quem quiser conferir: <http://www.youtube.com/watch?v=MB9qzKnJVVo&feature=PlayList&p=7BA54F34BF1633EC&index=0&playnext=1>
pé de jabuticaba
Num domingo desses, depois de um delicioso almoço na casa da vó, parei por um instante de baixo do pé de jabuticaba que tanto assistio minhas brincadeiras na infância e fiquei por alguns minutos pensando:
"- O pé de jabuticaba é que está caindo, ou foi o mundo que se inclinou?"
Aí percebi... o tempo passa...
Imagem: Cristian Mossi
"- O pé de jabuticaba é que está caindo, ou foi o mundo que se inclinou?"
Aí percebi... o tempo passa...
Imagem: Cristian Mossi
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
se um dia você quiser...
Se um dia você quiser eu fujo... Só com você. Levo-te para um lugar bem longe, onde só se possa ver o céu e a linha do horizonte sem fim. Onde só exista o som de nossos corações afoitos e a luz de nossas intrépidas almas a procura de se amar, cada vez mais.
Se um dia você quiser eu aprendo a voar, e te levo até as estrelas fazendo piruetas perto do sol, agarro um planeta e decoro ele só pra você. Se um dia você quiser eu roubo a lua, guardo-a numa caixinha e deixo-a iluminando somente o fundo dos teus olhos, até você dormir, lentamente, com aquele semblante que eu adoro, feito criança que esqueceu de crescer.
Se um dia você quiser eu velo seu entardecer, e pinto o céu todo em tons de lilás, pra alegrar a noite que se segue e traz com ela um instante de ilusão que, feito menino levado, esquece de durar pra sempre.
Se um dia você quiser eu finjo que esqueço de te amar por algum tempo, só pra depois poder voltar e te conquistar outra vez, recontornar a geografia do teu corpo e pensar novamente que é como se fosse a primeira vez, só pra você nunca se cansar.
Se um dia você quiser eu bebo o mar, e embriagado e perdido a teus pés eu repito, que faço tudo que você quiser pra poder pra sempre te amar.
Fonte da imagem: http://vida-de-plastico.blogspot.com
Se um dia você quiser eu aprendo a voar, e te levo até as estrelas fazendo piruetas perto do sol, agarro um planeta e decoro ele só pra você. Se um dia você quiser eu roubo a lua, guardo-a numa caixinha e deixo-a iluminando somente o fundo dos teus olhos, até você dormir, lentamente, com aquele semblante que eu adoro, feito criança que esqueceu de crescer.
Se um dia você quiser eu velo seu entardecer, e pinto o céu todo em tons de lilás, pra alegrar a noite que se segue e traz com ela um instante de ilusão que, feito menino levado, esquece de durar pra sempre.
Se um dia você quiser eu finjo que esqueço de te amar por algum tempo, só pra depois poder voltar e te conquistar outra vez, recontornar a geografia do teu corpo e pensar novamente que é como se fosse a primeira vez, só pra você nunca se cansar.
Se um dia você quiser eu bebo o mar, e embriagado e perdido a teus pés eu repito, que faço tudo que você quiser pra poder pra sempre te amar.
Fonte da imagem: http://vida-de-plastico.blogspot.com
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
retrato
domingo, 12 de outubro de 2008
completude e vontade
A necessidade do outro não é a minha precisão de seguir em mim mesmo,
mas a vontade e o desejo de abrir-me,
de dar a cara à tapa,
de complementar-me no outro.
Construir a ponte invisível que me conecta ao próximo
e cria laços que suspendem-se por instantes eternos,
afugentando o destino certo e imprescindível da morte,
do desaparecimento de si.
Tocar com infinitas mãos
Comer com todos os sentidos
Sentir com inúmeras peles
Olhar de todos os olhos
É isso que nos contempla e resta!
mas a vontade e o desejo de abrir-me,
de dar a cara à tapa,
de complementar-me no outro.
Construir a ponte invisível que me conecta ao próximo
e cria laços que suspendem-se por instantes eternos,
afugentando o destino certo e imprescindível da morte,
do desaparecimento de si.
Tocar com infinitas mãos
Comer com todos os sentidos
Sentir com inúmeras peles
Olhar de todos os olhos
É isso que nos contempla e resta!
Imagem: Cristian Mossi
inventar-se
Absorver imagens e cores
Decifrar signos justapostos
Espreitar sonoridades
Inventar-se
Ritmar-se ao som da melodia do cotidiano
Publicar-se entre falas e olhares
Rescindir-se de si mesmo
Inventar-se
Construir-se
Vestir-se
Enfeitar-se
Apaixonar-se
Desenhar-se num exercício cego e pleno
Estranhar a própria voz
Perceber-se em meio a sinais novos na pele
Complicar-se, aceitar-se, explorar-se
(Re)criar-se
Imagem: Cristian Mossi
Decifrar signos justapostos
Espreitar sonoridades
Inventar-se
Ritmar-se ao som da melodia do cotidiano
Publicar-se entre falas e olhares
Rescindir-se de si mesmo
Inventar-se
Construir-se
Vestir-se
Enfeitar-se
Apaixonar-se
Desenhar-se num exercício cego e pleno
Estranhar a própria voz
Perceber-se em meio a sinais novos na pele
Complicar-se, aceitar-se, explorar-se
(Re)criar-se
Imagem: Cristian Mossi
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
pássaros
domingo, 5 de outubro de 2008
sonata
Preâmbulo (pianíssimo): Tento lembrar-me do futuro, suturar o passado, experimentando docemente o presente até as últimas lágrimas misturadas a sorrisos.
Movimento 1° (solo, para sentidos agudos): Miro com o olhar perdido o horizonte, encontro-me com vontades quase insuportáveis, com saudades até de mim mesmo.
(Pausa) [Redesenho melodias e recrio silêncios transbordados de desejos]
Movimento 2° (dueto, para corações graves): Sinto minha alma leve e tensa, insegura e convicta, afortunada pela melancolia.
Movimento 3° (polifonia, para todos os sentidos): Acordo na madrugada fria e por um instante procuro a ausência que pesa a meu lado na cama.
(Pausa) [Desenho futuros possíveis e me perco no tempo]
Movimento 4° (solo, para mezzo-sentidos): Leio e releio versos tentando achar surpresas até então escondidas. Revejo imagens, ativo lembranças. Espero, espero, espero, (...).
Grand finale: O vazio torna-se compleição e as ingênuas crenças combinadas às sutis invenções da memória fazem da presença algo que poderia ser mantido atemporalmente no entre das horas. O distante torna-se perto, o silêncio torna-se verdade e os anseios em fundir-se num único contorno preferem submergir no tempo que impreterivelmente passa sem culpa.
[Da capo al fine]
Fonte da imagem: http://www.www.karadar.com
Movimento 1° (solo, para sentidos agudos): Miro com o olhar perdido o horizonte, encontro-me com vontades quase insuportáveis, com saudades até de mim mesmo.
(Pausa) [Redesenho melodias e recrio silêncios transbordados de desejos]
Movimento 2° (dueto, para corações graves): Sinto minha alma leve e tensa, insegura e convicta, afortunada pela melancolia.
Movimento 3° (polifonia, para todos os sentidos): Acordo na madrugada fria e por um instante procuro a ausência que pesa a meu lado na cama.
(Pausa) [Desenho futuros possíveis e me perco no tempo]
Movimento 4° (solo, para mezzo-sentidos): Leio e releio versos tentando achar surpresas até então escondidas. Revejo imagens, ativo lembranças. Espero, espero, espero, (...).
Grand finale: O vazio torna-se compleição e as ingênuas crenças combinadas às sutis invenções da memória fazem da presença algo que poderia ser mantido atemporalmente no entre das horas. O distante torna-se perto, o silêncio torna-se verdade e os anseios em fundir-se num único contorno preferem submergir no tempo que impreterivelmente passa sem culpa.
[Da capo al fine]
Fonte da imagem: http://www.www.karadar.com
sábado, 4 de outubro de 2008
FOLHA de URUBU
folha-de-urubu. S.f. Bras. Amaz. Bot. Trepadeira de caule grosso e rugoso, da família das aráceas (Philodendron laciniatum), de flores dispostas em espádice subssêncil, protegido por espada de tubo exteriormente verde e interiormente vermelho-violáceo, e cujo fruto é baga pequena; guembé. [Pl.: folhas-de-urubu.]
Sete artistas com um objetivo em comum: Divulgar seu trabalho de forma lúdica e de baixo custo. E deu mesmo o que ver, ler, falar, tocar, manusear, rir... e o que se possa imaginar!! Logo, logo a segunda edição... Para colecionadores!
Fotografias: Angélica D'avila
P.S. O meu trabalho é aquele livrinho vermelho da segunda imagem. Confira um pouco do conteúdo na postagem "presença", do mês passado.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
explicar e entender
"Tantas palavras escritas desde o princípio,
tantos traços, tantos sinais,
tantas pinturas, tanta necessidade de explicar e entender,
e ao mesmo tempo tanta dificuldade porque ainda não acabamos
de explicar e ainda não conseguimos entender.”
José Saramago
Fonte da imagem: http://www.photofinish1.blogspot.com
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