Este texto não tem um assunto específico. Ou melhor, seu assunto não é nada além dele mesmo. Ele é simplesmente ele. Faz-se ao avesso de qualquer outro texto que, com seus pequenos algarismos de significação justapostos, transcende a simples forma-palavra-corpo-signo, passando a existir além do universo do campo-documento. Este texto não discute valores intra-pessoais, tampouco quer elucidar formas de contribuir para a paz mundial, de melhorar a aliança desalenta entre os homens, ou o que quer que seja. Este texto não discute nem mesmo a ele próprio. Ele quer não se parecer com nada, existir em sua faceta sem significado. Este texto diz de tudo e ao mesmo tempo não diz de nada. Ele não (se) propõe (a) nada. Se fecha em si. Acaba nele mesmo, morde o próprio rabo. É o triunfo da endogenia - surge e termina nele. Não questiona nada, não proclama absolutamente nada, não ofende a nada, nem sequer almeja um resquício de carinho ou uma identificação plena capaz até de fazer emocionar o mais rijo coração. Não guarda nem um átomo de poesia, nem sequer de técnica. Não contribui, não desmerece, não cansa. Seu leitor não terá perdido nada depois de ler este texto, mas também não terá apreendido nada. A não ser que este texto guarda em si um silêncio. E que às vezes o silêncio, guarda em si ainda muitas palavras por dizer.
Fonte da imagem: http://www.10emtudo.com.br
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