Só hoje pude dar-me conta disso. A câmera dos meus olhos difusos não apreende tudo que se oferece ao meu redor. Ela seleciona enquadramentos, detalhes, movimentos que só eu vejo.
Ao caminhar, o faço em somente uma direção. Posso (e devo) mudá-la vez em quando, é claro, mas assim que a mudo, ela passa a ser única. Sou insubstituível em meu trajeto.
Carrego tantas coisas. E estas são somente minhas, de mais ninguém. Ainda que volta e meia apareça algum anjo bom disposto a compartilhar o fardo.
Escrevo cartas para mim mesmo que nem eu depois entendo...
O lugar.
O ato.
O instante-momento em que a brisa acaricia-me o rosto e que no depois distante não poderei mais estar.
Imagem: Cristian Mossi em cima de fotografia de Angélica D'Avila
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